A cidade de Porto Velho, mais uma vez, foi palco de uma cena que já se tornou corriqueira, mas que nunca deixa de surpreender pela sua recorrência e pela sua magnitude. No último sábado (13), os moradores do bairro Três Marias se viram compelidos a bloquear a BR-364 próximo à Avenida Mamoré, em um ato de protesto contra os alagamentos que assolaram a cidade naquele dia e que sempre ocorrem quando intensas chuvas desabam sobre a capital.
E quem poderia culpá-los? As ruas transformadas em rios, os veículos submersos, os pedestres obrigados a se aventurar em águas turvas, tudo isso já se tornou parte do cotidiano dos porto-velhenses, especialmente aqueles que residem nas áreas mais baixas da cidade.
O último temporal que atingiu Porto Velho não foi exceção. As fortes chuvas resultaram em alagamentos generalizados em diversas áreas, transformando nossas ruas e avenidas em verdadeiras piscinas, causando transtornos e impedindo a circulação normal de veículos e pedestres. Não é exagero dizer que, para muitos, o simples ato de sair de casa se tornou uma missão impossível.
E a pergunta que não quer calar é: por que, após décadas, ainda não encontramos uma solução definitiva para esse problema? A falta de uma drenagem eficiente é um dos principais fatores que contribuem para a recorrência desses alagamentos. Enquanto outras metrópoles do país investem em sistemas modernos de drenagem, nós ainda nos vemos reféns de uma infraestrutura precária e obsoleta, incapaz de lidar com a quantidade de água que as chuvas despejam sobre nós.
Mas não podemos colocar toda a culpa nas autoridades municipais. Há também uma parcela da população que tem responsabilidade direta nessa situação. São aqueles que descartam lixo e entulho nos córregos e em outros locais impróprios contribuindo para o entupimento dos sistemas de drenagem, dificultando ainda mais o escoamento da água da chuva.
É preciso que todos assumamos nossa responsabilidade e exijamos medidas efetivas para resolver esse problema que tanto nos aflige. Não podemos mais nos contentar com soluções paliativas que apenas amenizam temporariamente os sintomas, enquanto a causa raiz continua sem solução. Porto Velho merece mais do que remendos, merece uma infraestrutura digna do Século XXI, capaz de enfrentar os desafios que as mudanças climáticas nos impõem.