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Falta de acesso à água potável e suas implicações para a saúde

Confira o editorial


A situação alarmante de acesso inadequado à água tratada em Porto Velho, demanda uma ação imediata e coordenada das autoridades e da sociedade. Dados recentes apontam que cerca de 58% das crianças residentes no município não têm acesso à rede geral de distribuição de água, segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta é uma realidade que não pode ser ignorada sob nenhuma circunstância.

A falta de acesso à água tratada é mais do que uma inconveniência; é uma ameaça direta à saúde pública. As consequências dessa privação são devastadoras, especialmente para os grupos mais vulneráveis, como as crianças. A água contaminada expõe esses jovens a uma série de doenças, incluindo parasitoses intestinais, dengue, leptospirose e diarreia.

Essas enfermidades, muitas das quais são evitáveis com medidas adequadas de saneamento básico, têm o potencial de comprometer gravemente o bem-estar e até mesmo a vida das crianças.

As parasitoses intestinais, por exemplo, são comuns em áreas onde a higiene e o acesso à água limpa são precários. Parasitas como o verme Ascaris lumbricoides e o protozoário Giardia lamblia proliferam em ambientes onde as condições sanitárias são inadequadas, causando sintomas como dor abdominal, diarreia e desnutrição. Essas doenças comprometem o desenvolvimento físico e cognitivo das crianças e também contribuem para sobrecarregar os sistemas de saúde.

Além disso, a dengue, transmitida pelo mosquito aedes aegypti, é uma ameaça constante em regiões onde há água estagnada, um cenário comum em comunidades sem acesso adequado à água potável e saneamento básico. A falta de água tratada também contribui para o aumento de casos de leptospirose, uma doença bacteriana transmitida pela urina de animais infectados, que pode levar a complicações graves, como insuficiência renal e hepática.

A diarreia, por sua vez, é uma das principais causas de morbidade e mortalidade infantil em todo o mundo, e sua incidência está diretamente relacionada à qualidade da água para consumo humano. Em áreas onde a água não é tratada adequadamente, os índices de diarreia são significativamente mais altos, colocando as crianças em risco de desidratação e morte.

Diante desse cenário preocupante, espera-se que os órgãos responsáveis pela saúde pública tomem medidas urgentes para garantir o acesso universal à água potável em Porto Velho.

Investimentos em infraestrutura de saneamento básico, como redes de distribuição de água e sistemas de tratamento de esgoto, são essenciais para combater essa crise de saúde pública e proteger a população, especialmente as crianças, contra doenças evitáveis.

Além disso, é fundamental promover a educação sanitária e incentivar práticas de higiene adequadas nas comunidades afetadas. A conscientização sobre a importância do consumo de água potável e da adoção de medidas de prevenção contra doenças transmitidas pela água é essencial para mitigar os riscos à saúde pública e garantir o bem-estar de todos os habitantes de Porto Velho. 

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