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Numa grande coalizão, a disputa pela indicação de vice-prefeito acaba causando arranhões

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O óleo ou a onça?

A Amazônia está diante de problemas, desafios e escolhas que requerem debate democrático - amplo, sem descartar nenhuma das forças em ação na floresta, e respeitoso, segundo as melhores regras da convivência civilizada. Uma das questões mais difíceis a resolver está nos pares opostos petróleo x manguezais, que alguns também sintetizam na expressão "petróleo x onças".

Começar com escolhas excludentes é a pior forma de encarar o problema. Seria, na verdade, o antidebate. O debate precisa começar pela busca de informações amplas sobre o assunto, para poder sustentar um ponto de vista coerente. O próximo passo é ter a capacidade de compreender os argumentos contrários.

Conseguir ser razoável, defender com lógica e comprovação os próprios argumentos e aceitar os bons argumentos contrários permite uma aproximação com o real e a definição do possível. Como aplicar as regras civilizadas do debate ao caso petróleo x manguezais ou onças? É difícil defender o petróleo na atualidade, pois seus inimigos se fortalecem dia a dia, apontando sua finitude e potencial de desastres. No entanto, é uma fonte de recursos que ainda não pode ser desprezada. É preciso estimar valores.

Nesse caso, não se pode descartar de pronto sua exploração em favor das onças. Mas a exploração petrolífera na região só fará sentido se elas e os manguezais tiverem a garantia de que não sofrerão impactos danosos. A relação custo/benefício é essencial.

Indicação de vice

Numa grande coalizão como é o caso do conglomerado de partidos pilotado pela pré-candidata Mariana Carvalho (União Brasil) a prefeitura de Porto Velho a disputa pela indicação de vice-prefeito acaba causando arranhões entre as correntes envolvidas. Por ser considerada agora a favorita para suceder o prefeito Hildon Chaves (PSDB) se acirrou a disputa pelo cargo na composição super chapa branca (municipal e estadual). Se depender do prefeito o indicado será o seu ex-secretário municipal Fabricio Jurado, pinçado dos quadros tucanos. Mas tem mais gente buscando a indicação.

Rondônia com Fé

De tão favorita que é esta poderosa esquadra formada pelos partidos e caciques em alinhamento com a ex-deputada federal Mariana Carvalho, que esta aliança lembra a trágica coalizão "Rondônia com Fé", nos anos 90, na disputa ao governo estadual, que iniciou liderando a peleja com quase 70 por cento de intenções de votos e no meio do caminho despencou por causa de disputas intestinas, com as bases não se entendendo. Este é o grande desafio da família Carvalho e dos seus articuladores, não deixar o ensopado desandar por causa de rivalidades tribais mal resolvidas.

Como pensam

É interessante o cara pálida leitor saber como pensam as forças envolvidas na empolgante disputa em Porto Velho. Lideranças governistas consideram que no quadro atual, com apoio do prefeito Hildon Chaves e do governador Marcos Rocha, Mariana ganha a parada ainda no primeiro turno, sem necessitar da segunda etapa do pleito. A oposição, em suas reflexões, vê as coisas bem diferentes. Os dirigentes ligados aos candidatos de oposição acreditam em eleições com segundo turno (isto pelo excessivo número de candidatos fragmentando o eleitorado) e que o nome que conseguir chegar ao segundo turno bate a postulante super chapa branca.

Entrando em campo

O fato é que ainda existem algumas indefinições e todas elas acertadas vão aumentar as chances de um pleito em dois turnos na capital. É o caso da definição do ex-deputado federal Leo Moraes (Podemos), uma postulação de grande credibilidade e que agrada gregos e troianos, é considerado até a bola da vez se entrar na parada. Também existe o caso do anuncio da candidatura do presidente da Assembleia Legislativa Marcelo Cruz (PRTB) que ainda é considerada nos meios políticos lançada apenas para negociar indicação de vice. Por último, o PL do presidente Jair Bolsonaro que não brinca em serviço. O senador Marcos Rogério promete um candidato a altura na capital.

Pelotões armados

Se esta campanha fosse dividida por pelotões de brigadas (digo assim porque a briga vai ser feia...), a coisa teria um primeiro pelotão de elite com Mariana Carvalho (UB) e Leo Moraes (Podemos). Num segundo pelotão viria o candidato do PL - ainda não anunciado - que vem aí com apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, a primeira dama Michele e os senadores Marcos Rogério e Jayme Bagatolli - e todo o restante - uns seis ou sete - dos demais candidatos em pelotões inferiores. A primeira peleja seria quebrar a polarização ente Mariana e Leo Moraes.

Via Direta

*** Está aberta a contagem regressiva para as convenções partidárias de julho. Ainda tem muita coisa para ser ajeitada e os governistas procurando uma formula para Mariana ser menos rejeitada pelo eleitorado evangélico*** Ainda tem campo para surpresas e reviravoltas na campanha 2024 na capital. Tem pré-candidato escondendo o jogo só entrando em campo na reta final. Outros encenando candidaturas para buscar a indicação de vices *** Não convidem o deputado federal Fernando Máximo e o chefe da Casa Civil Junior Gonçalves para a mesma mesa de tacacá *** As rivalidades tribais entre os dois estão virando um fogaréu.


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